segunda-feira, 20 de julho de 2009

Enrola-te em Mim de 19 de Fevereiro de 2008

Deitada sob a areia da praia. Quieta. Com o sol quente a beijar-me a face. Que conforto! Continuo à tua espera. Como se não passassem os dias, como se não quisesse que eles se sucedessem... Sinto a frescura do mar nos dedos dos pés, e acordo... acordo desse sono utópico, ideal, onde, ainda, te encontras comigo. Ouço o marulho lá longe, quando as ondas enrolam e fogem de mim. Até o mar já não me procura, não raras vezes o procuro eu. Como é bom olhá-lo, senti-lo e desejar que na próxima onda te traga consigo. Corro pela areia, à beira mar, não quero olhar para trás, mas o desejo é mais forte e cedo. Não vejo as tuas pegadas ao lado das minhas, não sinto já o calor da tua respiração no meu pescoço, nem ouço o teu riso tentando acompanhar o meu. Não busco mais a tua mão, nem tento sequer procurar-me dentro do teu coração. Muito menos te procuro nos vidros das montras, nos passeios, nos espelhos, nos parques, a cidade deixou de existir, porque nela não existes tu. Não me encontrarei jamais no teu olhar. Não me deixes, que sou pequena. Não me deixes, tenho medo. Não me deixes.
E tu partiste. E em mim ficou o amargo sabor do fim. Do acabado. Mas nada terminou, nada acabou, porque também nada começou.

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