segunda-feira, 20 de julho de 2009

1+1=1 de 21 de Fevereiro de 2008

Pediste-me para me sentar encostada ao teu peito. Eu assim fiz. O nosso batimento cardíaco tornou-se uníssono, só um bater do coração, só uma respiração. E nesse instante tudo fez sentido. Não eramos dois, mas sim um. Um único corpo, um momento único, e algo jamais partilhado por mais alguém. Pediste-me que fechasse os olhos. E eu fechei. Então começaste, lentamente, a beijar-me o pescoço. Com determinação desapertaste a minha camisa e deixaste a minha pele branca e macia descoberta. Ternamente sussurraste ao meu ouvido, enquanto me acariciavas demoradamente os úberes. Toda eu estremeci. Sentia-me uma criança no teu colo. Sem demoras subiste um pouco a minha saia e passaste as mãos pelo interior das minhas coxas, enquanto me beijavas loucamente o pescoço. Eu tentei impedir-te colocando a minha mão sobre as tuas, mas estavas cego de paixão. E, então, com um beijo demorado, eu senti que havias alcançado as minhas cuequinhas. Estavam húmidas. Uma vergonha ruboresceu-me as faces. Pedi-te para parar, e, quando pensei que tinhas cedido a meu pedido, ordenaste que te desapertasse as calças. Foi o que fiz, com as mãos trémulas. Sentia-te cheio de prazer. Não demorou muito até que me sentasses sobre ti. Olhámos carinhosamente um para o outro e senti-te entrar dentro de mim, cresceste e eu gemi. Pedia-te para parares, mas com um sorriso de criança continuaste. Gemiamos de prazer, e assim o que foi uma hora, pareceu-nos segundos, instantes. E eis que me fizeste gritar num último esforço teu, fomos um só, um só corpo, uma só emoção. Fizeste-me rodar sobre ti e acolheste-me nos teus braços. Sorriste para mim, enquanto tentava ocultar uma lágrima. Gentilmente a beijaste e me disseste que estava tudo bem, que era normal sentir-me assim e que não tinha que ter vergonha por ter deixado aquela mancha nos seus lençóis brancos. Abraçou-me. Desejei ficar com ele para sempre. Trocámos promessas de amor eterno, mas ambos sabiamos que a eternidade é muito tempo...
E senti-me como:
maçã disfarçada de pêssego careca.

Enrola-te em Mim de 19 de Fevereiro de 2008

Deitada sob a areia da praia. Quieta. Com o sol quente a beijar-me a face. Que conforto! Continuo à tua espera. Como se não passassem os dias, como se não quisesse que eles se sucedessem... Sinto a frescura do mar nos dedos dos pés, e acordo... acordo desse sono utópico, ideal, onde, ainda, te encontras comigo. Ouço o marulho lá longe, quando as ondas enrolam e fogem de mim. Até o mar já não me procura, não raras vezes o procuro eu. Como é bom olhá-lo, senti-lo e desejar que na próxima onda te traga consigo. Corro pela areia, à beira mar, não quero olhar para trás, mas o desejo é mais forte e cedo. Não vejo as tuas pegadas ao lado das minhas, não sinto já o calor da tua respiração no meu pescoço, nem ouço o teu riso tentando acompanhar o meu. Não busco mais a tua mão, nem tento sequer procurar-me dentro do teu coração. Muito menos te procuro nos vidros das montras, nos passeios, nos espelhos, nos parques, a cidade deixou de existir, porque nela não existes tu. Não me encontrarei jamais no teu olhar. Não me deixes, que sou pequena. Não me deixes, tenho medo. Não me deixes.
E tu partiste. E em mim ficou o amargo sabor do fim. Do acabado. Mas nada terminou, nada acabou, porque também nada começou.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Porquê querer a lua, quando já se teve o céu? de 16 de Fevereiro de 2008

Desenganem-se se pensam que falar nos momentos, nos sentimentos os tornam mais presentes. Não é verdade, fostes induzidos em erro por quem vos fez crer nisso. O momento é nosso, não falemos mais dele, com medo que se torne banal e comum e caia no esquecimento, porque foi gasto. Por muito que quisesse descrevê-lo não seria fidedigna, as palavras não contêm em si toda a essência das coisas. Senti-o, sentimo-lo os dois, mais ninguém, a praça ficou deserta e nós congelados naquele momento. Silêncio...Acção... Por favor, não grites: Corta. Sonho que estou num filme de Hollywood. Não páres, não. Fiquemos assim, esquecidos pelo mundo, nos braços um do outro... Que som tão silencioso, nada ouço. Aproximaste-me de ti novamente e trocámos olhares, afastámo-nos, voltou o ruído, a confusão, a agitação das pessoas que passavam, cada uma com uma história diferente por contar. Sonhei-te, tive-te e perdi-te. Afinal, nunca poderíamos ser parte um do outro, nunca seria a Dama e tu o Vagabundo, nunca fui a Princesa nem tu o Príncipe. Porque a nossa história não poderia ter um final feliz. Sabiamo-lo e nada fizemos para o reescrever. Nada mais tínhamos para contar. Eu fiquei, tu partiste.
Já distante, ouviste-me dizer: Não te posso prender...

“Não devemos voltar ao lugares onde fomos felizes”

Será que me ouves chamar pelo teu nome? Será que ainda existo para ti ou já viraste a página? Será que foi um sonho? Então não me acordes, afasta-te em bicos dos pés e não faças barulho... Promete-me que um dia, noutro lugar, noutro momento seremos só nós dois e não existirá tempo, todos os relógios irão estar parados, o dia será eterno e a noite sem fim. Promete-me que não te afastas e que não me afastas de ti. Promete-te a mim.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

16 de Janeiro de 2007

Mais um dia, como tantos outros, com a pequena diferença que hoje estive depressiva... Saí para as aulas, por volta das 8.30h, sim, já deves estar a pensar que sempre foi um pouco mais tarde! Sinto, paulatinamente, o meu corpo a adaptar-se aos horários, à falta que me fazes, às correrias de todas as manhãs e à falta de sono. Sinto-te vazio de mim, talvez, por que também eu não já não te trago em mim. Mas, as recordações, essas não me largam, prendem-me como amarras ao porto, e, o meu barco continua ancorado em ti, embora te já não sinta... Preenche-me o silêncio da chuva a cair e de ti não tenho sinal, não raras vezes largo os olhos no telemóvel, mas não há sinal de qualquer mensagem tua. E contradigo-me, quando penso que te esqueci e que fazes parte do passado e das memórias que guardo em mim, afinal estás bem mais presente que a lua todas as noites no céu. Continuo com as mãos frias, e o vento gélido da manhã continua a arrefecer-me a pela da face. Chego à ESE, encontro as mesmas caras, os mesmos cheiros, o mesmo aconchego impessoal de uma empresa de fabrico em série. Ali estamos nós, na linha de montagem, todos moldados para um único fim: produzir. E produzes em mim algo aderente e inexplicável. Um sorriso de uns lábios amigos, era o que precisava, porque temos o que necessitamos e desejamos o que não podemos ter. Grande diversão, pensas tu, aula de informática. Sim, hilariante, mas onde estás tu, o que estás a fazer, continuarás a sentir falta do meu cheiro, do toque das minhas mãos, da doce ternura do meu olhar, nos momentos em que procurava o teu? Por que queres mais do que te posso dar, por que me exiges o amor que já não possuo, por que não retribuis da forma que gostaria, por tudo isso já não te encontro em mim... Seria deleite para mim, poder encontrar-te mais uma vez, partilhar contigo o vento fresco, que ondula nos cabelos, o marulho do mar e a calma dos dias de inverno passados na praia, durante o crepúsculo. E porque tudo o que me dás nunca é demasiado, volta para mim mais uma vez, permite que sinta o palpitar do teu coração junto ao meu peito, quando as luzes artificiais dos candeeiros, das ruas, se acendem... Porque tudo é artificial, excepto aquele momento estagnado no tempo em que nos ouvimos no silêncio e em que tu e eu nos tornamos nós. Nunca pretendi ligar-te a mim como se de um acessório te tratasses, pois não te possuo e mal me possuo a mim. Adormeci, deitada na cama, com a tranquilidade de quem nada tem a perder, porque nada lhe pertence e sonhei. Sonhei até me perder de novo na busca por ti, pelo teu ser, por aquilo que és. Por que nada me basta, sou e serei eternamente, desesperadamente, umbilicalmente insatisfeita, dependente de mais... Mais eu, mais tu. Serei sempre eu, e nunca abdicarei de me tentar encontrar em mim, aquilo que tu nunca fizeste. És um ser perfeito? Sim, perfeitamente imperfeito, lamento ser eu a informar, mas a beleza está no feio, por que sem o feio não existe o bonito. E pensar que ainda te consideras perfeito, e eu? Que sou eu para ti? Algo inacabado, um comboio que parou num apeadeiro e de lá não saiu? Não, sou muito mais, sou uma construção repleta de erros e vazios que se destrói e constrói permanentemente, que sente, que pensa, que respira.Por que tudo o que és foste-o comigo, fui engenheiro civil na tua construção, fui arquitecto no teu pensamento, fui mulher no teu sexo... Continuas a ser para mim obra inacabada.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Planeta Vénus, 15 de Janeiro de 2007

Pois é, mais um dia de merda, ai desculpe de porcaria na ESE... Comecei cedo, de madrugada, eram sensivelmente 6 da matina e eu a levar c aquela brisa gélida na tromba! Sim, porque para me deslocar até à estação uso o meio de transporte dos pobres: pés!
Estava eu no comboio, sentadita, quando de repente me recordo que não tinha tido o meu momento all bran, activia ou como lhe queiras chamar... Primeiro pensamento: oh nãooooo (em slow motion) vou ter q sair num apeadeiro, cagar no quintal da Maria e limpar o cú as folhas de couve portuguesa!! Bem, fui todo o caminho a mentalizar-me de que não necessitaba de ir ao wc!
Cheguei à Ese, uma agitação enorme, pois as casas de banho estavam encerradas, um cheiro a fossa que não se suportava e trolhas por todo o lado. Naquela savana, estava eu qual leoa faminta à procura de espécimens de educação física, quando chega a hora de entrar para a aula. Hora e meia de puro tédio, os meus neurónios derretiam enquanto assistia a uma apresentação, logo se seguiu outra e depois o tão esperado intervalo! Voltei do intervalo estilo gladiador a entrar na arena, implorando para ser salva pelo imperador. Que suplício, que tortura que angústia visceral... tirem-me daqui, depressa, estou a perder as minhas faculdades mentais! Duas horas inteiras de obstipação mental!!! Salva-se o convivio com as minhas caras colegas e colega com quem troquei sms, ri e até troquei impressões...não muito favoráveis é verdade, mas construtivas...espero eu!
13horas finalmente, a tão aguardada hora de saída! Abrem-se os portoes da sanzala! Estou livre... Liberdade temporário, porque saio da ESE entro no metro, saio do metro e entro no comboio. Destino: Aveiro! Bagagem: caderno, estojo, pensos higiénicos, baton de cieiro, escova do cabelo, espelho, chiclets, lenços de papel, garrafa de água. Algumas coisas supérfluas, outras nem tanto.
De volta a Aveiro, são 15horas e eu sem almoçar, acabei por comer porcarias e claro eu quero emagrecer, sim tenho que estar jeitosa para o engate!!
Não me desviando muito do assunto, almocei e fui acabar uma apresentação em Powerpoint, título: Escola como arena política. É um facto, as vezes apetece-me andar à batatada com aqueles camelos tal como o outro trouxe os camelos para a convenção!!!
Acabei o trabalho e fui jantar a casa de uma amiga, uma risota o jantar todo, só dissemos palermices, daquelas coisas com o mesmo efeito q o redbull: revitalizam corpo e mente! Agora cheguei a casa, estou a trocar sms com o colega, homem, da minha turma e estou a escrever-te esta brilhante.... MERDA!!!